14.9.05

ERA PRA SER SEGREDO


Bem. Pequena pausa para uns pigarros. Antes, vejam que foto linda. Minha garota ao fundo, meus livros, meus discos, e meu cigarro preferido. O Carlton. Peraí, pôrra... chorando antes de começar a escrever...

Como eu ia dizendo, aproveitando a amigdalite e a faringite que ainda me dão "bom dia", "boa tarde" e "boa noite" e me obrigaram a deixar o cigarro de lado uns dias, convoquei a Dani anteontem à noite pra uma conversa seriíssima. Mesmo. Sentei-a à minha frente e comecei meu pequeno discurso.

Afinal, eu havia decidido, horas antes, parar de fumar pela - deixe-me pensar para que eu possa ser preciso do início ao fim, como sempre... - oitava ou nona vez, não consigo chegar a um número preciso. E havia chegado a uma conclusão junto com a decisão. Não cometeria dois erros primários novamente, a fim de que, dessa vez, o êxito fosse definitivo. Em primeiro lugar, decidi não chegar pra ninguém e dizer, "oi, parei de fumar", como sempre fiz. E em segundo, exercitar o despredimento e jogar fora meus isqueiros, meus BIC´s históricos, meus Zippos, meus fluidos, meus maços...

Peraí, porra, que eu chorando de novo! Eu disse "tô chorando" mas a Dani, super solidária, guinchou de rir diante de minha decisão.

Pausa de novo. Em frente.

Vai daí que tenho à minha frente, nesse momento, não o clássico cinzeiro, não o Zippo, não o maço de Carlton... mas uma caixa de Zyban 150mg, com 60 comprimidos, meus companheiros pelos próximos dois meses. Ô, merda, chorando de novo.

Um desafio me encoraja. Um, não. Dois.

Pra mim, que crio e recrio os troços segundo as conveniências mais vantajosas pro meu coração, o Toledão está borrando de rir de mim. "De novo, Vossa Goldenblância?", grita ele. É. De novo. Repito pra dentro.

O segundo desafio atende pelo nome de José Sérgio Rocha, biltre de estatura moral rasteira. Parou de fumar, lembrem-se, para passar a soprar os cigarros, dizia ele. Até que sucumbiu, semanas depois, quando, na festa da Fumaça, abafou os gritos de "parabéns pra você" com os histéricos urros de "tô fumando de novo, porra!". Vou provar a esse cidadão - anote aí, biltre! - que eu sou - ah, como ficamos sensíveis sem a merda da nicotina... - mais forte que você.

Também ouço daqui as gargalhadas do Dalton, do Fefê, do Dedeco, esses amigos mesmo, com A maiúsculo, que torcem pra que você tenha um enfisema pra depois baterem na caixinha dizendo, "grande cara, grande cara...".

Como vocês podem ver, estou a sofrer do mesmo mal que o biltre do Zé Sérgio: abstinência tabágica. Como acabo de tomar meu primeiro comprimido lilás - oh, ah - dentro de meia-hora, segundo a extensa bula, devo estar melhor.

Bem, então, resumindo a opereta - me perdoem isso aí, nexo algum... - já mandei às favas minha primeira decisão, a de não contar nada. Quanto à segunda... , peraí... chorando outra vez..., depois penso no que fazer com esses objetos tão... tão... fundamentais, como meu time de botão.

Até.

Posted by Picasa

10 comentários:

Anônimo disse...

Edu, não leve a mal mas vou escrever o mesmo que escrevi quando você contou sobre o Zé Sérgio tentando parar de fumar: VOLTA!

:-)))))

Cansei de tentar parar de fumar.

Anônimo disse...

Pô Edu, decidir - em um rompante - jogar fora objetos que ajudaram a forjar a sua personalidade não pode ser uma boa idéia. Dá uns dois meses, pois entre uma obra-prima do design (o Zippo) e um comprimido lilás, seria terrível ficar com o segundo.

Anônimo disse...

Querido, querido e, mais uma vez, querido...

Desista dessa idéia !!! O Barba tá vendo sua intenção... Isso basta.

Veja como a abstinência lhe afeta.

Você está ficando muito sensível.

Toda a sua descrição do fato.

O comprimido roxo virou "lilás".

Isso é prova ineqüívoca da sensibilidade à flor da pele.

Daqui a pouco vai chorar vendo filmes do Almodovar.

Bom, depois disso tudo que falei, se você ainda quiser parar, vai fundo !!

Mas, nesse caso, doe os isqueiros e Carltons pra mim (afinal de contas, eu fumo carlton e só pretendo parar quando os pulmôes entregarem os pontos !!).

Beijo

Dedeco

Anônimo disse...

Du , veja só ..palavras de pai !!! o unico que vai te incentivar a largar de vez o " tubo fumaceiro "..espero que essa 13ª vez seja a definitiva ..........juízo cara !!!

Anônimo disse...

Edu,
Mesmo que seja a oitava ou nona tentativa, o que vale é ir tentando até conseguir.
Afinal, tudo que é muito fácil na vida, torna-se banal.
Veja que para começar a fumar, bastou uma tentativa. Fácil demais!
Com os cigarros, vc sempre foi "preciso até o fim" em suas histórias, agora, fico imaginando o que virá na abstinência tabágica?
Apague os cigarros e deixe impagáveis as histórias!
Parabéns pela iniciativa!

Anônimo disse...

Por quê você resolveu isso justo agora?!?!?! Pelo que me lembro da sua última tentativa, você não bebe enquanto as caixas de Ziban durarem. E como fica nosso whisky na quinta?!?!?! E a lentilha de sábado, será sem cerveja???? E a confraria na semana que vem???? Edu, por quê agora?!?!?! Não dava para ser na segunda que vem?!?!

Anônimo disse...

Outra coisa, Edu, não se preocupe quando começar a falar frases aparentemente desconexas. É comum em situações assim.

Anônimo disse...

Ministério da Saúde adverte:

Parar de fumar pode causar frases desconexas...

Anônimo disse...

Edu, querido, cuidado na hora de tomar o comprimido para não errar de lilás e engolir o velho e bom engov hihihihihihi

Eduardo Goldenberg disse...

POR PARTES:

01) Roberto Romualdo, eu não pretendo voltar, ao menos por enquanto. Belo conselho. Passo a achar bem feito quando Zé Sérgio disser, "e com vocês... Rrrrrroberrrrto Rrrrrromualllldo!".

02) Flavinho, você me conhece. Eu não vou me desfazer de meus objetos tão queridos.

03) Dedeco, respondido? Não lhe darei nada.

04) Papai, obrigado. Com que orgulho você assina "seu pai", com que orgulho! Fico feliz.

05) Pat, obrigado pelo incentivo. Vou tentar não voltar mesmo.

06) Rodrigo, infame sua piada. Tente mais outra vez.

07) Betinha, querida, não vou deixar de beber dessa vez. Isso é só para neófitos em Zyban, o que não é o meu caso.

08) Zé Sérgio, chorei com sua torcida. Como você é sensível.