24.11.05

CAFÉ DA MANHÃ, UMA SOLUÇÃO

Casam-se no sábado, depois de amanhã, 26 de novembro, meu irmão Szegeri e minha irmãzinha, a doce Stê. O furdunço, marcado para as 13h, promete ser imbatível e entrar pro Guiness. Fernando anuncia 25o litros de chope, caldeirões de fatada, comida pra batalhões, bebida pra cossacos com sede, e é claro, a fartura prometida, somada ao carinho, fez com que decidíssemos, aqui no Rio, partir em bando pra São Paulo. O que gerou pequeno problema que vou explicar.

Partimos às cinco e meia da manhã de sábado, num vôo da Gol, baratíssimo, eu, Dani, Vidal, Gláucia, Flavinho, Betinha, Dalton e Fefê (o Fefê vai de ônibus, mas isso é mero detalhe). Ou seja, chegamos à São Paulo às seis e vinte da manhã.

O que fazer chegando tão cedo?

Vamos a algumas propostas apresentadas pelos oito (eu me incluo):

- Podemos ir direto pra Mercearia São Pedro beber cerveja - eu disse.

- Abre às oito. - disse o Dalton - Acho melhor bebermos no aeroporto mesmo e de lá seguirmos, só às oito, pra esse lugar.

- Vamos chegar meia-noite no Galeão, então... bebemos por lá mesmo... - foi idéia do Vidal.

- Eu voto pelo seguinte: - emendou o Fefê - Vamos direto pra casa do Szegeri. O chope já vai estar no gelo e começamos ali mesmo os trabalhos...

E fui comunicando tudo ao meu irmão paulista (cada vez menos meu irmão, eu devo dizer. O Szegeri, tomado por uma fúria de ciúmes do Zé Sergio, sem qualquer explicação cabível, maltrata-me de forma solene nas últimas semanas).

E eis o que o Szegeri me confessa...

A doce Stê está sem dormir de preocupação. Temendo pela performance dos oito desde às sete da manhã, conseqüentemente temendo pela integridade da casa e dos móveis, temendo pelo tumulto que aventa-se inevitável com oito cariocas de porre já de manhã, queimou a mufa (velho!, velho!, estou cada vez mais velho!) e arrumou uma solução. Bateu o telefone pra mim ontem à tarde e disse, dulcíssima, com aquela voz tão sweet como diria a Dani:

- Oi, Edu... é a Stê...

- Oi, querida!

- Edu... (vozinha de choro)

- O que foi?

- Vocês não vão beber desde cedo no sábado, né?

Eu apenas ri.

- Acho que não - e ri de novo.

- Eu e o Fê pensamos numa coisa muito legal, meu...

(fiquei mudo)

- Vamos servir um baita café da manhã pra vocês... Pães italianos, suíços, broas, bolinhos, patês franceses, queijos de todo o mundo, frutas variadas, sucos, e uma garrafa de champagne.

- Uma? - eu disse sendo tijucano dos pés à cabeça.

Ela desligou.

Comuniquei aos sete a decisão da Stê.

E a minha reprodução fiel do telefonema ("uma garrafa de champagne") gerou protestos dignos do movimento estudantil em 68.

- Pão-dura! - urrou a Betinha.

- Depois eu é que sou do Cachambi! - protestou o Flavinho, dando tiros pro alto.

- Nem fudendo! - disse o fino Fefê.

- Ai iê iê mamãe Oxum, assim não dá! - cantou o Pai Dalton.

- Ela é italiana ou é judia? - foi o Vidal o autor da pérola.

E eu temo, francamente, pela integridade da cozinha do queridíssimo casal.

Até.

4 comentários:

Anônimo disse...

San Genaro, quanta veadagem desse nubente carcamano! Champanhota pra Bruna Surfistinha da Hadock Lobo e seu séquito, crises agudíssimas de boloio-ciumeira. Pôta!, como diria o seu Osório, mandou até a mulher telefonar com medo que os amigos chegassem miando de bêbados na casa dele! Sze, vou escolher um animalzinho silvestre daqueles que meu irmão (?) preserva pra te dar de presente. Se for um sagüizinho dentuço, dependendo do sexo, vc tanto pode chamar de Gugu como de Bia.

Eduardo Goldenberg disse...

Zé Sergio, Dinda, Velha Coroca esclerosada:

retire o que você disse, animal!

Espero, do fundo do coração, que a Bruna Surfistinha da Hadock Lobo seja eu, e não a Sorriso Maracanã, que em se tratando de você, um biltre sem nenhum caráter, tudo é possível.

Há limites, porco imundo. Há limites!

Anônimo disse...

Não se faça de desentendida, Bruna!

Anônimo disse...

Que beleza, as meninas tão brigando...
Esse triângulo de ciúmes (com o Szegeri, é claro) tá lindo, não vão se engalfinhar.
Pô Stê, libera a champagne!