Ontem, domingo, tive de ir duas vezes ao Tom Jobim, o aeroporto. A primeira às 5h20min para buscar a razão dos meus sorrisos, a Dani, de quem tinha olímpica saudade (como agora, e ela saiu há 10 minutos), chegando de Salvador. A segunda, às 11h, para buscar uma amiga querida que conhecemos há coisa de seis meses e com quem estabelecemos uma relação de muito afeto, a Inês, do Casaco Amarelo, chegando de Boston. Aliás, mínimo intróito antes de lhes contar sobre o domingo: a Inês é uma espécie de Cacau. Cheirosíssima. E é filha de Próspero e Cidália, que nos receberão na sexta-feira, quando chegamos a Lisboa (contei isso para que vocês notem a extensão da teia). Em frente.
Daí foi assim.
Daí foi assim.
Inês chegou, comoveu-se quando pisou na cidade - ama o Rio desbragadamente, a Inês - fui levá-la ao Flamengo, onde está hospedada na casa de uma amiga, para lá deixar as malas e fiquei esperando por ela no Picote (feíssimo, depois da reforma, mas com um chope ainda notável). Tomamos o rumo de casa e o encontro das duas, Inês e Dani, foi prenúncio de um dia especial. Choraram de me fazer partir pro uísque.
Estávamos, eu e Dani, dispostos a dar a ela um domingo carioquíssimo. E tijucaníssimo, razão pela qual tomamos o 433 em direção à Lapa.
Tivemos a sorte de encontrar com o próprio Selarón, aquela figura, Inês comprou um de seus quadros, e subimos os degraus em direção a uma casa onde haveria feijoada com samba, ali mesmo, no final da escadaria. Mas não ficamos. Entrei apenas eu para um estudo de terreno. E tirando minha comadre Mariana Blanc e Marquinho Presidente não conhecíamos mais ninguém. O que não seria, a princípio, um problema. Mas o restante da assistência era apenas pose. Eu deveria ter desconfiado. Santa Teresa. Uma casa verde estilinho descolada. Duas feijoadas, a tradicional e uma vegetariana. Por isso aquele festival de havaianas coloridas, óculos escuros gigantescos, turbantes, muita neblina de cânhamo e ó, mandei-me dali rapidinho. Dani bateu o martelo:
- Vamos levá-la ao Bar do Arnaudo!
Subimos Santa Teresa de táxi e - notem a extensão da teia! - toca o celular. Vidal e Dalton estão indo nos encontrar.
Fizemos aquele espetáculo: carne de sol, macaxeira, manteiga de garrafa, farofa de abóbora, muita cebolinha, pirão de leite, carré, Original gelada, doses de Marimbondo e aquela vista que só Santa Teresa oferece, aquela leseira dos domingos, aquela indolência dos domingos, e acima de tudo aquela capacidade de aproveitar o domingo até o último minuto.
Conta paga, tomamos o rumo da quadra da G.R.E.S. São Clemente, para a roda de samba do Galocantô. Vidal nos deixou lá e, ó, tomou o rumo de casa.
E lá, no Terreiro do Galo, mais e mais festa. Encontramos com a Duda, com a Guerreira, com a Iracema Monteiro, que, inclusive, cantou e quebrou tudo, inclusive a mim quando ofereceu um samba ao Toledão.
A certa altura toca meu celular - notem a teia, a teia!
É o Szegeri. O Pompa. Eu digo "alô" e ele:
- Eduzinho...
E quando ele fala "Eduzinho" eu sei que vem pito.
Vejam isso. O Pompa telefonou-me, às oito e meia da noite, para dizer que estava arrasadíssimo com a ausência de uma mísera ligação minha que fosse. Carente, o Pompa. De joelhos, ao telefone, implorando por uma discada, uma mensagem que fosse, um "torpedinho só", disse ele.
De lá saímos quase às onze da noite.
Se foi bom?
Se a Dani se divertiu?
Se a Inês gostou?
Saquem o sorriso das duas, quase doze horas depois do encontro. É auto-explicativo. Todas as demais fotografias podem ser vistas aqui.
Até.
4 comentários:
Pois é, Edu. Tbm estive ontem na tal Casa do Saber, com Mariana e esposo. Bem "pouser" mesmo, mas o show do Rodrigo Zaidan, dileto parceiro meu e da Mari, foi bem bacana. Era por causa do aniversário dele que estávamos lá!
MM, não é Casa do Saber, pô! É Casa da Gente. Ah. E também achei uma enganação o aviso de que haveria samba. A moçoila da porta, pra mim, que perguntei "a que horas começa o samba?":
-Achamos mais adequado jazz do que samba...
Sem comentários.
Edu, o domingo já estava lindo,e ficou muito mais com a sua doce presença, a da Dani e a da Lú.
Simplesmente maravilhoso!!!
Adorei a foto e o comentário posso coloca-la no meu álbum?
bjs e até o mais breve possível...
Oi Edu, você não me conhece.
Estou escrevendo porque passeando pela internet, encontrei no seu blog o motivo de uma grande saudade que sei é compartilhada...
Fábio Machado de Matos...
Não consigo esquecer o Fabinho um dia sequer na minha vida e a saudade é tanta e tão grande que muitas vezes me perco...
Desde aquele maldito dia 07/12/04 conto cada dia que passa e nunca tive com quem falar sobre isso.
Fico feliz em poder compartilhar uma parte pequena desta saudade contigo.
Não localizei seu e-mail para poder te escrever...
Beijos.
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