19.5.06

UM ENCONTRO HISTÓRICO

Reuniu-se ontem, 18 de maio de 2006, a confraria S.E.M.P.R.E. (Sociedade Edificante Multicultural dos Prazeres e Rituais Etílicos) para mais um Encontro Ordinário, dessa vez organizado por mim, e foi, meus poucos mas fiéis leitores, me perdoem o que pode lhes parecer presunção, um encontro do escol carioca em matéria de buteco. E digo "escol carioca em matéria de buteco" e não posso deixar de me lembrar do Jota, aquele sujeito que joga permanentemente contra tudo o que vivemos ontem, intensamente, das 20h, quando teve início a peleja, até às 3h, quando fechamos a conta. No Quitutes da Vovó, na gloriosa Rua do Matoso 125, na Tijuca, dica que me foi passada pelo Cesar Tartaglia (presente ao Encontro), vimos e vivemos a antítese dos botecos grifados, dos Cordon Bleu da baixa gastronomia, dos pés-sujos fashion, para citar apenas três termos nojentos cunhados pela citada consoante. (eu não sei se vocês já notaram, mas pousando o mouse sobre as fotografias é possível ler as interessantes legendas de autoria desse que vos escreve, algumas delas bastante elucidativas, como a que há na foto do Vidal com o Xerife)

Sob a copa de uma gigantesca pata-de-vaca, imensa mesa na calçada, os sete Confrades Efetivos, hoje o quadro completo da S.E.M.P.R.E., pela ordem de chegada, eu, Vidal, Branco, Fefê, Dalton, Szegeri e Flavinho e mais os convidados, também pela ordem de chegada, Isaac Goldenberg (meu pai), Zé Sergio, Cesar Tartaglia e Lara.

meu pai no Encontro da S.E.M.P.R.E. em 18 de maio de 2006


Notem que o Szegeri, o Pompa, meu Otto prático, veio de São Paulo apenas e tão somente para o Encontro que se anunciava histórico e histórico foi. Notem que o Flavinho, ainda confuso com o fuso da Europa (chegara na véspera da Espanha), fez questão de comparecer e o fez munido de um aparelho de CD para que pudéssemos ouvir Sérgio Sampaio, o homenageado da noite. Notem que o Zé Sergio despencou-se de longínquas terras em Niterói e bateu um bolão ao longo da noite (na minha opinião, o craque do jogo). Notem que o Tartaglia deixou a redação do jornal às dez da noite, suponho que cansado, mas esteve lá, foi bater o ponto e engrandecer a mesa. Notem que meu pai anda ressabiado de sair à noite, mas foi incapaz de recusar o convite e, mesmo cambaleante (bebe pouco, meu pai), agüentou o tranco até bem tarde.

Dalton e eu no Encontro da S.E.M.P.R.E. em 18 de maio de 2006... ou será o Flávio Silvino e eu?????


Szegeri e Branco no Encontro da S.E.M.P.R.E. em 18 de maio de 2006


No comando do buteco, dois craques: Raimundo (balcão e cozinha) e Adaílton (atendendo a mesa). A S.E.M.P.R.E. regalou-se com porções de salaminho, porções de queijo, croquetes de carne, porções de carne assada, canja de galinha e dobradinha. Bebemos dois engradados de cerveja (sempre geladíssima), uma garrafa de cachaça Cande, aprovadíssima, várias doses de Dudu e de destilados capazes de fazer um homem como o Jota tremer nas bases (eu tenho a impressão de que o Jota gosta mesmo é de um drink).

visão do balcão do Quitutes da Vovó, na Rua do Matoso 125, na Tijuca, Rio de Janeiro, RJ


panelão com a dobradinha servida no Encontro da S.E.M.P.R.E. em 18 de maio de 2006 no Quitutes da Vovó, na Rua do Matoso 125, na Tijuca, Rio de Janeiro, RJ


Tornando a noite ainda mais especial, o Flamengo venceu o Ipatinga por 2 a 1 e passou à final da Copa do Brasil que será disputada com o Vasco, em dois jogos que acontecerão apenas depois da Copa do Mundo. Em detalhe que torna tudo ainda mais coerente, nada de TV: o Dalton, com um radinho de pilha colado no ouvido, foi narrando, durante todo o tempo, os detalhes da partida.

Inúmeros momentos épicos deram cores ainda mais impressionante à noite, e não caberiam todos aqui, podendo, e devendo, os Confrades, listarem os melhores nos comentários a este texto. Mas é preciso destacar a senhora que foi à mesa, à certa altura, puxou da bolsa uma fotografia onde aparecia abraçada a seu filho e disse, olhos de orgulho:

- Esse é meu filho. Está jogando no Guarani, de Campinas. Mas já jogou no Fluminense. Ele é o Acerola!

E o Vidal deu de urrar:

- Sou fã do seu filho!

- Dá-lhe Acerola!

Isso comoveu demais a tal senhora. Que, depois das intensas demonstrações de carinho do Vidal, prometeu uma feijoada a ser marcada, bancada pelo Acerola (!!!!!), ali mesmo, naquela calçada! Isso, meus caros, só na zona norte.

E isso para não falar nos momentos clássicos... Telefonemas para Zé Szegeri, pai do Szegeri, sempre tão agredido pelo Fefê, seu fã número um. Telefonemas para a Rino, mãe do Dalton, obrigada, coitada, a falar com um por um. Agressões bárbaras entre os Confrades, notadamente entre o Dalton e eu, cessadas com manifestações de carinho olímpicas. E a sempre esperada sessão fodam-se-os-ausentes, sempre com o Flavinho como mediador.

Uma noite, como se vê, histórica. Com apenas uma nota triste. Eu diria que quase-trágica: Zé Sergio, a dinda afetiva do Szegeri e minha também, valendo-se de reprovável cavilação, mandou chamar o Paulinho, taxista do coração de todos, fez o Paulinho levá-lo ao inferno em Niterói e lá chegando disse ao trabalhador:

- Ih! sem dinheiro. Acho que o Edu me roubou.

Gargalhou, arrotou, entrou pelo portão e mais não disse. Um biltre incomensurável, o Coroca.

Até.

8 comentários:

Anônimo disse...

Xanhã xanhãnhãnhãnhãnhãnhãnam xanhã xanhãnhãnhãnhãnhãnhãnam fonfonrinfonfin tontom fonfonrinfonfin tontom

PS - Faltou a grande foto da noite, reunindo a família Silvino.

Anônimo disse...

Pô, quéde a família Silvino? O grande e impagável momento da noite foi o encontro de Silvino Pai e Silvino Filho... Só faltou, como lembrou o Zé Sergio (o alther ego do Silvino Pai), o Silvino Neto, que - vá entender - é o membro (epa!) mais velho da família. Coisas que só acontecem na Matoso.
Ah, eu quero o Acerola no Vasco! E, como sou vizinho da mãe dele, acho que vou comer a tal feijoada sozinho.

Eduardo Goldenberg disse...

Zé Sergio, minha Dinda querida... você não cansou de cantar esse troço, não? E prepare-se, malandro. Estou cuidando de montar um dossiê capaz de te derrubar. A senhora não perde por esperar.

Tartaglia, duas correções: uma que amanhã sem falta eu ponho a foto da família Silvino em destaque, como ela bem merece. E eu também sou vizinho, pô! Vou comer contigo a feijoada!

Anônimo disse...

Acho que vocês vão comer é outra coisa, que o Acerola muito preza e comemora sempre.

Em maio.

Anônimo disse...

Foi um de nossos melhores encontros. A trilha sonora e a família Silvino foram imbatíveis.

Anônimo disse...

O "Acerola" é um baixinho que meteu um golaço no jogo Flu x Figueirense do campeonato brasileiro passado?

Eduardo Goldenberg disse...

MM, acabo de telefonar pro Vidal, que durante o Encontro, ao conhecer a mãe do Acerola, entrou em êxtase, a fim de saber detalhes para lhe responder. Eis o relato do Vidalzinho:

Sim, Edu, ele mesmo. O jogo contra o Figueirense, inclusive, terminou com a torcida do Fluminense toda de pé, eu inclusive, cantando Ih! É Acerola! Ih! É Acerola!

Anônimo disse...

Pois é: eu estava lá em São Januário, engrossando o coro! rs