E eis que chegou mais um 24 de junho, dia em que dá-se o impossível, e explico. O Szegeri, meu irmão paulista, o Pompa, faz anos. "E o que tem de anormal nisso?", dirão vocês. E eu respondo de pé, indignadíssimo com a falta de sensibilidade alheia:
- Tudo! Tudo! Tudo!
Vou tentar ser didático, o que também me parece impossível.
Não sei se vocês já ouviram falar da Harriet. A Harriet era - morreu na semana passada com 175 anos - a tartaruga mais velha do mundo.
"E o que tem o Pompa a ver com a Harriet?", insistirão os insensíveis.
- Tudo! Tudo! Tudo! - respondo ainda mais indignado.
O Pompa quando faz anos parece debochar do Tempo. O Pompa, quando posta-se atrás do bolo e sopra as velinhas coloridas ao som do "é pic, é pic, é pic, é pic, é pic, é hora, é hora, é hora, é hora, é hora, rá-ti-bum, Pompa! Pompa! Pompa!" eu sinto-me diante de uma assombração.
O Pompa tem, já disse isso incontáveis vezes, como aqui, séculos de vida, o que faz da Harriet (mesmo depois de morta), por exemplo, um bebê ainda antes dos primeiros passos. Por exemplo, leiam isso:
"Não sei se vocês já captaram a razão do meu choque praticamente anafilático e quase fatal. Fernando José Szegeri já foi criança.
Vejam bem uma coisa. Para mim, que o conheço já há uns 10 anos, o Szegeri nasceu da forma como é hoje.
Barbado. Peludo. Gordo. Já funcionário público e já sonhando com a aposentadoria. O Szegeri, para mim, foi contemporâneo do Borba Gato, o bandeirante paulista. Foi, conta a lenda (que repete-se até hoje), o que mais chorou quando enterrou o amigo, a quem chamava de Borbinha, em 1718. Em 9 de janeiro de 1822, foi Fernando José Szegeri quem deu uma força a D. Pedro I para que ele se mantivesse no Brasil contrariando as ordens das Cortes Portuguesas. Daí meu choque, absoluto, diante dessa confissão."
Eis aí, nesse trecho, o que explica meu choque quando vejo meu pomposo e dileto amigo comendo brigadeiro e batendo palminha.
- Tudo! Tudo! Tudo!
Vou tentar ser didático, o que também me parece impossível.
Não sei se vocês já ouviram falar da Harriet. A Harriet era - morreu na semana passada com 175 anos - a tartaruga mais velha do mundo.
"E o que tem o Pompa a ver com a Harriet?", insistirão os insensíveis.
- Tudo! Tudo! Tudo! - respondo ainda mais indignado.
O Pompa quando faz anos parece debochar do Tempo. O Pompa, quando posta-se atrás do bolo e sopra as velinhas coloridas ao som do "é pic, é pic, é pic, é pic, é pic, é hora, é hora, é hora, é hora, é hora, rá-ti-bum, Pompa! Pompa! Pompa!" eu sinto-me diante de uma assombração.
O Pompa tem, já disse isso incontáveis vezes, como aqui, séculos de vida, o que faz da Harriet (mesmo depois de morta), por exemplo, um bebê ainda antes dos primeiros passos. Por exemplo, leiam isso:
"Não sei se vocês já captaram a razão do meu choque praticamente anafilático e quase fatal. Fernando José Szegeri já foi criança.
Vejam bem uma coisa. Para mim, que o conheço já há uns 10 anos, o Szegeri nasceu da forma como é hoje.
Barbado. Peludo. Gordo. Já funcionário público e já sonhando com a aposentadoria. O Szegeri, para mim, foi contemporâneo do Borba Gato, o bandeirante paulista. Foi, conta a lenda (que repete-se até hoje), o que mais chorou quando enterrou o amigo, a quem chamava de Borbinha, em 1718. Em 9 de janeiro de 1822, foi Fernando José Szegeri quem deu uma força a D. Pedro I para que ele se mantivesse no Brasil contrariando as ordens das Cortes Portuguesas. Daí meu choque, absoluto, diante dessa confissão."
Eis aí, nesse trecho, o que explica meu choque quando vejo meu pomposo e dileto amigo comendo brigadeiro e batendo palminha.
Como todos sabem - afinal minha vida é um livro aberto - estive com a Dani em São Paulo para o aniversário do Szegeri e da Iara, uma de nossas afilhadas.
Eu tinha - tenho, na verdade, mas em vão... - muito para lhes contar.
Encontrei muita gente boa, vi e vivi situações hilariantes que renderiam boas histórias, tenho mais de 100 fotografias, enfim... Tudo para que o Buteco, ao longo da semana, pudesse render.
Mas eis que no instante da despedida meu pomposo e barbudo amigo põe as duas mãos nos meus dois ombros.
Aperta-me os omoplatas com intensidade.
Aproxima a boca de meu rosto.
Cofia aquela barba cerradíssima como a Amazônia em priscas eras.
E diz bafejando a centímetros de minha boca aberta de medo:
- Não dê um pio no Buteco sobre nada, entendeu, Eduzinho?
Nem respondi.
Mas cumpro, como se lê.
Até.
6 comentários:
Que bom, Edu, sou então a primeira a reparar que a sua linda (aquele estropicio de noveladaglobo me faz censurar o uso do hiperlativo belis...)fotografia é um autêntico Volpi?
Aliki, muito boa sua observação :-)
Parece mesmo com um quadro de Volpi.
Mas é um quadro do Edu :-)
Eu sempre disse que ele é um grande pintor, pois seus textos são quadros de tão nítidas que são as imagens que ele imprime em nós.
O Edu dá pra pintor
Lendo essas histórias aqui relatadas, fico imaginando o que todas estas figuras juntas estariam fazendo se estivessem na Alemanha agora..rsrs
Ia faltar cerveja...
Um abraço!
ai, que romântico...
Ô, Dinda, não sei se o Edu dá pra pintor ou não. Mas continua acirrada a disputa pelo seu pincel.
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