Volto ao balcão pra bater, de novo, com renovado prazer, nesse projeto nojento chamado AMORES EXPRESSOS, sobre o qual já falei aqui (gerando acalorado debate, com 27 comentários até o momento), e que gerou, inacreditavelmente, um site que, na verdade, é um coletivo de blogs desprezíveis, como demonstrei aqui.
E volto ao tema porque deparei-me, hoje cedo, com um email enviado por um leitor do BUTECO, recomendando (se é que me entendem) a leitura do blog do coordenador editorial do tal projeto.
E volto ao tema porque deparei-me, hoje cedo, com um email enviado por um leitor do BUTECO, recomendando (se é que me entendem) a leitura do blog do coordenador editorial do tal projeto.
O blog, abrigado no jornal O GLOBO, que emprega o coordenador editorial - além do referido blog - intitulado BLOG DE ANOTAÇÕES o coordenador editorial também escreve para o suplemento MEGAZINE, direcionado ao público jovem e que vem encartado no jornal às terças-feiras - trouxe, no dia 20 de maio, um lamentável texto chamado - pausa para a golfada olímpica - "YOU´RE INVISIBLE NOW". Leiam:
"Chegar a Paris depois da canseira que tomei de Tóquio é um alívio. Como aqui não tenho a obrigação de ter idéias e experiências geniais e estrambóticas todos os dias, me sinto descansado e confortável. Tudo aqui é fácil, ao contrário do Japão, onde qualquer saída era um desafio.
Ao mesmo tempo, cada esquina carrega uma lembrança, algumas agradáveis, outras nem tanto. Mas sei conviver com cada uma delas, e nada me tira o prazer de andar por essas ruas.
Sobre voltar, sinto saudades bastante localizadas e específicas. Nenhuma do Rio de Janeiro. Para sentir saudades genuínas da minha cidade em pedaços, acho que precisaria multiplicar a duração dessa viagem por alguns anos.
Não sinto que pertença ao Rio. Não sinto que pertença a nenhum lugar.
Encaro cada viagem dessas como um exercício de desapego. E me surpreendo como me sinto plenamente capaz de abandonar este jornal, minhas publicações passadas e futuras, meus leitores, coleguinhas e editores, para trabalhar como barman numa biboca em Asakusa ou Belleville. Mandaria uma passagem só de ida (vinda) para a menina e não pensaria em retorno.
Por que na verdade não há retorno possível. No final de cada viagem, não sinto que volte para o mesmo lugar – por mais que seja o mesmo lugar. Eu é que nunca volto o mesmo."
Que tal?
O sujeito reclama do projeto que ele mesmo coordena e para o qual foi escalado (por ele mesmo) para escrever quando diz que "(...) aqui não tenho a obrigação de ter idéias e experiências geniais e estrambóticas todos os dias, me sinto descansado e confortável.".
O sujeito reclama, de certo modo, da cidade em que vive quando diz que "(...) sinto saudades bastante localizadas e específicas. Nenhuma do Rio de Janeiro.".
E por fim reclama do jornal que o emprega, dos colegas, dos leitores e de seus editores quando diz que "(...) me surpreendo como me sinto plenamente capaz de abandonar este jornal, minhas publicações passadas e futuras, meus leitores, coleguinhas e editores, para trabalhar como barman numa biboca em Asakusa ou Belleville.".
É como diz Deus:
- É de foder.
Até.
12 comentários:
Pois é. Nojento e escroto. Eu já tinha deixado um comentário no blog, citando a primeira impressão que Daniel Galera teve de Buenos Aires. Vale repeti-la, para mostrar que todos esses "escritores" parecem estar em fina sintonia:
"Cheguei em tal ponto de entrosamento com a cidade que a idéia de ir embora já me dá uma certa ansiedade. Até parei de pensar no livro. Não sinto que estou aqui para escrever. Estou aqui, é só. Meu bloquinho está forrado de anotações, e agora quero me dedicar a esquecer do motivo que me trouxe para cá"
É ou não é coisa da canalha?
Se tuto isso é assim tão sacrificante para ele, poderia ter ecoomizado o nosso dinheiro e ficado em casa. Esse papo de "não sei se pertenço ao Rio, não sei se pertenço a lugar nenhum", além de ser um puta clichê, é também uma frescura de gente que acha que precisa passar a vida inteira querendo "se encontrar" (se possível com o dinheiro do contribuinte) ... Arthur Mitke
Isso é que é descontentamento com a própria vida.
Realmente, com essa, até eu que me mantenho discreto aqui nos comentários do BUTECO sou obrigado a me manifestar: vomitável! Parece que o turismo financiado chegou ao cúmulo da cara-de-pau.
Será que aquele cara que foi escolhido pra ficar em São Paulo também está pensando em "trabalhar como barman numa biboca" no centro? Teria meu apoio.
Brunão, Mitke, Ferraz e Leo: texto e comportamento típicos da canalha, é evidente... E como soa escrota essa suposta e fabricada angústia, essa viadesca e artificial crise existencial... A única verdade que emerge é: todos escrevem mal e formam uma tchurma esperta que não perde uma bocada! À merda, seus conflitos!
Ô, Edu, é como diria o Simas: "Aos quarenta anos resolve fazer teatro no Tablado como processo de auto-conhecimento."
Edu, patético seria uma boa palavra para definir todo aquele lenga-lenga.
Típico texto de viado, não há dúvidas.
Vão pra puta que os pariu. Com passagens e diárias pagas por esse projeto.
O que dá pra se devotar a quem diz não pertencer a nenhum lugar é piedade, pra não dizer desprezo. Neguinho se arvora a ser uma grande coisa, sem precisar de ninguém, de nenhum lugar, de nenhuma língua, de nenhum grupo, de nenhuma cultura. Se acha um Proust, a moça.
Amarildo: e essa de mandar buscar a menina? Tá enganando quem?
Boechat: na mosca! Manda pra mim, manda!
ANDRÉ CARONE - amcarone@uol.com.br
Vou apelar ao título de uma canção do Noel Rosa para fazer um pedido sincero ao angustiado Cosmopolitan Cuenca:
"Vai, mas vai mesmo".
Caro Edu, e quem disse pra esse idiota que a cidade do Rio de Janeiro sentiu saudades dele?
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