7.6.07

CAIXINHA DE SURPRESAS

Pronto. Eis o BUTECO aberto, e notem como o retorno sine die foi curto, curtíssimo, ao contrário do que possa lhes ter parecido depois do anúncio feito ontem, aqui. É que afinal de contas é preciso manter sempre acesa a chama do humor, mesmo quando assolados por um frio que atenta contra as tradições do Rio de Janeiro. Feito o breve intróito, em frente.

Sou Flamengo - sou repetitivo propositalmente - há mais de trinta encarnações. Razão pela qual assisti ontem à final da Copa do Brasil, entre Figueirense e Fluminense, e à semi-final da Copa Libertadores, entre Santos e Grêmio, com a fleuma de um membro da Câmara dos Lordes. Assistimos, sendo mais preciso, eu e Luiz Antonio Simas, enquanto Dani e Candida tricotavam na sala.

Tricotavam e davam chutes mais absurdos dos que os desferidos pelos atacantes das Laranjeiras quando passávamos em busca de mais gelo.

- Estou torcendo pelo Friburguense! - decretou uma.

- Mas o Fluminense não está na Segunda Divisão? - perguntou a outra.

Eu disse que assistíamos ao jogo com a fleuma de um lorde inglês, mas a certa altura o quadro foi se modificando. Explico.

Antes de explicar, até mesmo para que fique evidente que a paixão pelo Flamengo não me cega, leiam isso aqui, que escrevi em abril de 2005, logo após a conquista do Campeonato Estadual pelo mesmíssimo Fluminense, que sagrou-se ontem campeão da Copa do Brasil 2007.

Ficamos, eu e Simas, com o controle remoto ativíssimo, ora assistindo ao jogo do Fluminense, ora assistindo à épica tentativa do Santos de reverter o resultado. Até que estacamos diante da transmissão feita pelo Luciano do Vale. E aí, meus poucos mas fiéis leitores, flagramo-nos cariocas em defesa do patrimônio. O locutor - mantendo triste tradição - torcia deslavadamente para o time do Figueirense, secava sem piedade o tricolor das Laranjeiras, exaltava as qualidades da torcida local, despejando uma quantidade inacreditável de merdas por metro falado.

Foi, portanto, melhor do jeito que foi.

De pé, diante do balcão imaginário, ergo meu copo em homenagem ao tio Osias, tricolor, literalmente, das Laranjeiras, e que deve estar, hoje, numa alegria daquelas!

Até.

5 comentários:

Unknown disse...

Pois deviam ter visto o jogo do Santos. Uma das melhores partidas do ano. Eu me peguei surpreso, torcendo pelo Peixe como quem torce pelo São Cri-Cri. Ontem eu vi um time cair de pé. Os jogadores santistas jogaram como soldados e, se os deuses do futebol fossem justos sempre, deveriam ter saído da refrega com a classificação assegurada. Beijo!

Luiz Antonio Simas disse...

Bruno, querido, nós assistimos ao jogo do Santos. Vimos os dois jogos, estimulados pelo controle remoto e por doses generosas da água que o passarinho não bebe...
O Santos caiu lá no sul, onde deveria ter tomado uns cinco gols do tricolor dos pampas. Eu torci pelo Grêmio, por causa do velho Lupicínio Rodrigues.

Marcelo Moutinho disse...

Eu e Tio Osias. DAqui de Sampa, sofri e bebi como nunca!

Szegeri disse...

Obrigado, mano querido. Você sabe como cala em mim, a essa altura do campeonato, literalmente, o título e principalmente esta lembrança. Salve Tio Osias, um dos maiores cariocas de todos os tempos e, sem dúvida, o maior tricolor, altaneiramente ombreado somente pelo grande Nelson Rodrigues.

Szegeri disse...

Ah, Brunão: torci esgoeladamente pelo Grêmio, time que eu nem gosto tanto assim, com Lupicínio e tudo. Torcerei até a morte contra um cidadão de iniciais WL (recuso-me a emporcalhar este honesto balcão escrevendo seu nome ignóbil), o segundo maior responsável pelo vergonhoso rebaixamente da gloriosíssima S.E.P. à segunda divisão.