2.9.07

SÁBADO À NOITE

Exatamente no dia 17 de junho de 2007, recebemos, eu e Dani, com a alegria de sempre, os queridíssimos Betinha e Flavinho, o Xerife.

Não há necessidade, nunca, de haver um motivo, uma razão, um mote, para que amigos se visitem. Mas nesse dia, nesse 17 de junho, havia.

O Xerife, numa imagem antítese de sua faceta Cachambi, de onde é egresso, veio à nossa casa ensinar-me a fazer - vejam bem!, vejam bem! - pão.

E ensinou-me a fazer o pão, não com a simplicidade e a humildade que são - na minha tijucaníssima opinião - inerentes ao dito alimento. Antes, pequena pausa...

Leiam, aqui, texto que escrevi em 12 de julho de 2006, recém-chegado de Portugal, onde narro não apenas a ojeriza que me causa uma padaria metida a butique de pães, mas também um fortuito encontro meu com Rodrigo Ferrari, esse poço artesiano de ternura. É curioso esse trecho:

"Saí dali, daquele canto da Rua do Rosário, e tomei a direção da Rua do Ouvidor e, surpresa!, dei de cara com o Rodrigo Ferrari, que escreveu essa resenha sobre meu livro (nunca é demais uma propaganda) e que estava abrindo a Folha Seca, livraria que comanda com tremendo carinho. Nova pausa para mais uma propaganda: a Folha Seca é, de longe, a mais carioca das livrarias da cidade e, seguramente, a que tem o melhor acervo nas matérias que são a essência da minha mui amada cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Fica na Rua do Ouvidor 37, telefone 2507-7175 (nunca é demais uma propaganda). Papo rápido e segui caminho."

E é curioso porque fala em "papo rápido e segui caminho". Naquele dia, naquele tempo, isso foi possível. Hoje, meus encontros com o Digão duram horas, duram dias, duram semanas. Voltemos ao tema.

Então esteve, o Xerife, à caráter, ensinando-me a preparar o pão.

Betinha, Flavinho e Dani, 17 de junho de 2007

E ontem, sábado, quando decidimos - depois de anos de intensa atividade social, agenda lotada, compromissos seguidos e intermináveis - ficar em casa, atendendo a um comovente pedido da minha garota, e de posse de um tinto italiano que comprei junto com o Prata (que comprou da mesma garrafa para beber com minha nora também no final de semana) no Centro da cidade na sexta-feira, preparei o pão seguindo a mesmíssima receita, com modificações intuitivas, passada pelo Xerife, o Anquier da Zona Norte.

primeiro de setembro de 2007

- Ficou infinitamente melhor, Edu... - disse minha Sorriso Maracanã, talvez mentindo, mas dando cores de intensa beleza à noite que apenas começava.

Até.

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