25.8.08

TIJUCARMA

Há quem creia que todos temos um carma a cumprir. Eu, e já sei disso há tempos, tenho um (ou uma, como queiram) tijucarma para carregar pelo resto da vida. E explico. Recebi, ontem, um comentário (que recusei) deixado no texto A TIJUCA ACABOU? NUNCA!!!!! (leiam aqui) assinado (sem, entretanto, qualquer identificação que comprovasse a origem) por Carmelo Maia (o mesmo nome do filho do saudoso Tim Maia). Não o publiquei mas darei a ele o necessário destaque para que vocês vejam com seus próprios olhos o gentilíssimo aparte do cara:

comentário recusado deixado em 24 de agosto de 2008 no BUTECO DO EDU

Que tal?

É a isso que chamo tijucarma. Eu, humílimo morador do mais aprazível bairro da cidade, apenas e tão-somente porque vivo daqui, de dentro do balcão, exaltando as qualidades da minha Tijuca, sou chamado, gratuitamente, por um cidadão a quem não conheço, de alcoólatra. E esse mesmo cidadão atribui a meu alcoolismo (que existe apenas em sua cabeça) esse amor incondicional pelo bairro onde nasci e fui criado. Uma tolice sem fim, francamente.

Como se não fosse possível amar a Tijuca de forma incondicional. Como se apenas a zona sul da cidade fosse passível de loas e de exaltações. Como se um homem sóbrio, como eu, às sete horas da manhã de um dia qualquer, não pudesse descer, ir à rua, ir à padaria, ir ao jornaleiro, sentindo-se plenamente feliz por estar caminhando por calçadas sem o cheiro da maresia. Como se apenas fora de si, bêbado, um homem pudesse ver beleza na Tijuca.

Nem vou me dar ao trabalho - falta-me tempo, paciência e disposição - de responder ao Carmelo Maia (ou a quem se valeu desse nome).

Vou - prefiro - erguer um brinde de dentro do balcão imaginário do BUTECO à Tijuca e a todos aqueles que têm olhos de ver, como eu vejo, a beleza que escorre pela Conde de Bonfim, descendo o Alto da Boa Vista, fertilizada pelas terras da Floresta da Tijuca, inundando e irrigando o bairro que me conhece como niguém.

Até.

11 comentários:

Felipe Quintans disse...

Salve a Tijuca!

Bêbados e sóbrios usufruem unidos das inúmeras qualidades e belezas do nosso bairro, enquanto os tolos não aproveitam nada. Coitado (vem de coito) deste cidadão aí, deve viver em shopping...

Anônimo disse...

Du , seria interessante que esse tal de Carmelo , dissesse onde se esconde e quais as razões da ofensa ; será que o dito cujo mora na PQP ??

Diego Moreira disse...

Não quero nem imaginar o tipo de mensagem que eu receberia se minhas declarações de amor ao subúrbio da linha auxiliar - onde nasci e fui criado - fossem lidas por gente como esse tal que se identifica como Carmelo. Seriam ameaças de morte?

Também não quero pensar no que faria, principalmente se as recebesse dessa forma absolutamente gratuita e preconceituosa, o que é prova de que esta besta, além de ser um escroto, um ignorante e obtuso, certamente não carrega duas bolas entre as pernas.

Meu abraço solidário.

Anônimo disse...

Edu, acho que te sobrou paciência pra responder ao pobre cidadão. Desprezar a Tijuca é virar a cara para tudo que nossa cidade tem de melhor. Na Tijuca você encontra o carioca em estado bruto.

Abraços!

Anônimo disse...

Sei não, tô achando que é outra pessoa da família Maia: o Cesar.

Rodrigo disse...

Edu, o nome dele é (Corne)leio Maia?

Não sei se você se lembra mais te prometi de ir na Tijuca, lembra? Não esqueci, disso não! Quero com os meu olhos ver este belo bairro tão exaltado por você. A poesia Edu, se encontra nas pessoas e não no lugar, pessoas assim como este cara, não conseguiram ver nada, mais nada.

Prometi pra você, que ia pegar um autografo do Fernando, e não é que peguei. Vou scannear depois te passo.

Abraço

Cazé disse...

Um brinde à babaquice do cara! É muita falta de serviço, como diria a minha avó, ex-moradora da Heitor Beltrão!

Unknown disse...

A pior solidão não é mais a companhia de um paulista (perdão, Nelson). A pior solidão é a da Zona Sul carioca, exilada na própria cidade, refém da própria ignorância.

Eduardo Goldenberg disse...

É isso, Felipinho! Salve a Tijuca, suas ruas, sua gente, seus bares, seus lugares! Salve a Haddock Lobo, salve a Barão de Sertório! Beijo!

Não sei onde ele mora, meu pai amado. Os anônimos agem sempre assim. Chegam, ofendem e não voltam mais. Brindemos à graça de viver aqui, e deixemos esses caras de lado. Beijo, meu pai. Amo você.

Obrigado, Diego. Mas é como eu disse a meu velho pai. Deixemos esses caras de lado. Minha intenção, publicando a foto do comentário que não publiquei, foi apenas expôr o modus operandi de quem chega sem dizer o nome. Um brinde à zona norte, ao subúrbio, ao Rio maiúsculo! Abração.

Valeu, Lúcio: você disse tudo! Forte abraço.

Rodrigo: aguardo, ansioso, o autógrafo do homem da barba amazônica.

Cazé: salve a Heitor Beltrão!

Bruno: é isso, querido, é isso. Um dia eles acordam. Beijo e saudade.

Anônimo disse...

Salve Edu. realmente este "carmelo" e um babaca. É contagiante o jeito que falas da tijuca, ralmente o é. Agora, o que não entendo é o verdadeiro preconceito que alguns leitores aqui tem com a zona sul. Será que nada presta por lá? Botafogo com seu maravilhoso cartão postal, copacabana, bairro extremamente carioca... há botequins, e bons também por lá! há gente boa (e como!) também por lá! O Rio é uma gande e bela cidade, e preconceitos bairristas são ruins da zona norte à zona sul...
abraço, Gustavo.

Eduardo Goldenberg disse...

Gustavo: creia em mim que as reações que você vê e lê por aqui com relação à zona sul (inclusive as minhas) são, apenas, reações no sentido literal da palavra ao preconceito (evidente, onipresente e constante) que sai de lá (da zona sul) para cá (zona norte). Eu, por exemplo, e creia nisso firmemente, adoro Copacabana e seus butecos, seus becos e sua gente tijucaníssima de certa maneira (um dia, quem sabe, me aprofundo sobre isso), sua orla, adoro a Urca e suas paisagens, seu casario, seu clima de cidade do interior, adoro Ipanema (é a praia que freqüento) e suas lendas, acho a Barra da Tijuca um dos lugares mais bonitos da cidade em termos de belezas naturais (pena que o homem estragou quase tudo), tenho extrema simpatia por Botafogo (principalmente pelo trecho mais próximo ao Humaitá), por Laranjeiras, pelo Catete...

Enfim...

Creio que me fiz entender.

Mas que fique claro: não troco a Tijuca por nenhum desses lugares!

Abração.