Acabo de chegar do cinema com Luiz Antonio Simas. Fomos, como lhes contei aqui, assistir à pré-estréia do filme PRAÇA SAENS PEÑA, de Vinícius Reis, que faz nova première hoje, quinta-feira, num dos cinemas do SHOPPING TIJUCA, e estréia no circuito no dia 11 de dezembro, sexta-feira.
Quero lhes dizer, primeiramente, sobre o ineditismo do troço. Eu, que já fui com o Simas a centenas de butecos, ao Maracanã, a dezenas de rodas de samba, à macumba, ao Sambódromo, fiz com ele minha estréia em um cinema. E o Simas, para minha suprema surpresa, portou-se como um cinéfilo escoladíssimo. Chegamos, como compete a um bom tijucano, com alguma antecedência. Eu, afoito - e balofíssimo -, perguntava (era também minha primeira vez numa première):
- Vai ter coquetel?!
E ele, trajando uma elegante blusa preta com um São Jorge imenso, vermelho:
- Sossega o periquito, Edu! É minha terceira avant-première! Posso afirmar, por conta da minha experiência, que não tem coquetel nesses eventos!
Fomos ao filme (de bico seco).
E quero lhes dizer, daqui, que é um belíssimo filme.
Como já havia lhes dito ontem, também, não tenho nem competência e nem bagagem para ter a pretensão de fazer uma crítica séria sobre PRAÇA SAENS PEÑA. O que tenho, mesmo, é um coração do tamanho da Tijuca batendo no peito e que me manda vir aqui, recém-chegado do troço, pra recomendar a todos vocês, meus poucos mas fiéis leitores, com ênfase szegeriana, o filme do Vinícius Reis, seu primeiro longa-metragem de ficção.
A Tijuca, minha aldeia, onde nasci e fui criado, está ali, o tempo inteiro, escorrendo da tela. A história, que gira em torno do casal Paulo e Teresa (Chico Diaz e Maria Padilha) e de sua filha única, Bel (Isabela Meireles), é toda ela passada na Tijuca. Ali estão a Praça Saens Peña e seu chafariz, o Borel, a General Roca, a Barão de Mesquita, a Conde de Bonfim, o 229, o São José, personagens tijucanos em estado bruto!
A história do professor do ensino médio, da gerente de lanchonete e de sua filha (ela, aluna do pai), e a história de Macedo (Guti Fraga), e o romance relâmpago entre João (Gustavo Falcão) e Teresa, fazem de PRAÇA SAENS PEÑA um filme diferente de tudo o que vi, recentemente, no cinema brasileiro.
Paulo, um professor que sempre sonhou ser escritor, recebe um convite para escrever um livro sobre o bairro e, a partir daí, a partir de sua dedicação canina ao projeto que cria, a vida da família sofre uma reviravolta.
A pequena família mora em um apartamento mínimo (no coração da Praça Saens Peña), divide um único computador, sofre com a canícula do verão, e sonha com a casa própria, clássico desejo da classe média brasileira, representada pela família tijucana fruto da criação do diretor que, louve-se, não recorre a clichês fáceis em nenhum momento.
Aldir Blanc faz especialíssima participação no papel dele mesmo, batendo um papo com o professor Paulo, que o convida para uma pequena entrevista que acontece no ESTEPHANIO´S BAR, saudoso buteco na esquina da rua dos Artistas com a Ribeiro Guimarães.
As falas de Aldir são impagáveis e vão irritar, tenho certeza, a parcela podre da classe média tijucana que vai odiar se ver retratada de forma tão bacana na tela do cinema (mais um grande mérito do Vinícius!).
Vou parar por aqui - e já acho que falei demais.
Queria mesmo era recomendar vivamente o filme - repito - e lhes contar mais uma coisa.Quero lhes dizer, primeiramente, sobre o ineditismo do troço. Eu, que já fui com o Simas a centenas de butecos, ao Maracanã, a dezenas de rodas de samba, à macumba, ao Sambódromo, fiz com ele minha estréia em um cinema. E o Simas, para minha suprema surpresa, portou-se como um cinéfilo escoladíssimo. Chegamos, como compete a um bom tijucano, com alguma antecedência. Eu, afoito - e balofíssimo -, perguntava (era também minha primeira vez numa première):
- Vai ter coquetel?!
E ele, trajando uma elegante blusa preta com um São Jorge imenso, vermelho:
- Sossega o periquito, Edu! É minha terceira avant-première! Posso afirmar, por conta da minha experiência, que não tem coquetel nesses eventos!
Fomos ao filme (de bico seco).
E quero lhes dizer, daqui, que é um belíssimo filme.
Como já havia lhes dito ontem, também, não tenho nem competência e nem bagagem para ter a pretensão de fazer uma crítica séria sobre PRAÇA SAENS PEÑA. O que tenho, mesmo, é um coração do tamanho da Tijuca batendo no peito e que me manda vir aqui, recém-chegado do troço, pra recomendar a todos vocês, meus poucos mas fiéis leitores, com ênfase szegeriana, o filme do Vinícius Reis, seu primeiro longa-metragem de ficção.
A Tijuca, minha aldeia, onde nasci e fui criado, está ali, o tempo inteiro, escorrendo da tela. A história, que gira em torno do casal Paulo e Teresa (Chico Diaz e Maria Padilha) e de sua filha única, Bel (Isabela Meireles), é toda ela passada na Tijuca. Ali estão a Praça Saens Peña e seu chafariz, o Borel, a General Roca, a Barão de Mesquita, a Conde de Bonfim, o 229, o São José, personagens tijucanos em estado bruto!
A história do professor do ensino médio, da gerente de lanchonete e de sua filha (ela, aluna do pai), e a história de Macedo (Guti Fraga), e o romance relâmpago entre João (Gustavo Falcão) e Teresa, fazem de PRAÇA SAENS PEÑA um filme diferente de tudo o que vi, recentemente, no cinema brasileiro.
Paulo, um professor que sempre sonhou ser escritor, recebe um convite para escrever um livro sobre o bairro e, a partir daí, a partir de sua dedicação canina ao projeto que cria, a vida da família sofre uma reviravolta.
A pequena família mora em um apartamento mínimo (no coração da Praça Saens Peña), divide um único computador, sofre com a canícula do verão, e sonha com a casa própria, clássico desejo da classe média brasileira, representada pela família tijucana fruto da criação do diretor que, louve-se, não recorre a clichês fáceis em nenhum momento.
Aldir Blanc faz especialíssima participação no papel dele mesmo, batendo um papo com o professor Paulo, que o convida para uma pequena entrevista que acontece no ESTEPHANIO´S BAR, saudoso buteco na esquina da rua dos Artistas com a Ribeiro Guimarães.
As falas de Aldir são impagáveis e vão irritar, tenho certeza, a parcela podre da classe média tijucana que vai odiar se ver retratada de forma tão bacana na tela do cinema (mais um grande mérito do Vinícius!).
Vou parar por aqui - e já acho que falei demais.
Fim do filme, saímos eu e Simas da sala e nos deparamos com um balé de garçons no hall do cinema - cerveja, salgadinhos etc. Sacaneei:
- Ué, Simão... Não tem coquetel nesses eventos, é?!
Ele riu, coçando a careca irmã gêmea da minha (estou, não sei se lhes contei, calvíssimo).
O Simas tinha os olhos distantes. Perguntei:
- Não gostou, velho?!
- Gostei. Gostei pacas. Mas...
- O quê?
E veio o gênio, de novo, mais uma vez, como sempre:
- Sacanagem com os professores, pô! O Paulo não podia ter um ar-condicionado naquele apartamento, Edu?! Dando 40 horas de aula por semana?! Sacanagem!
E deu de rir, meu mano Simas.
Até!
2 comentários:
Fico feliz que o filme (ao qual tive oportunidade assistir no Festival do Rio do ano passado) tenha tido sua pré-estreia no bairro que retrata. E pensar que isso quase não aconteceu... Em primeiro lugar, porque os cinemas do Rio parecem todos exibir os mesmos dois filmes (na semana passada eram Lua Nova e 2012). Em segundo, porque os cinemas da Tijuca, hoje, estão restritos ao shopping... E sabe-se lá se estes teriam interesse no filme! Espero que a Tijuca prestigie e faça com que Praça Saens Peña seja uma espécie de campeão de bilheteria no cinema nacional. Merece. ;-)
Edu: sou apaixonada por cinema e adoro première pela possibilidade de expressar minha opinião antes (e isenta) de qualquer influência crítica. Seu relato deixou-me com vontade de assistir. Farei isso aqui ou aí.
Beijo.
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