15.3.10

ROTEIRO ZONA NORTE

Eu, que já lhes apresentei diversos roteiros de passeios pela Tijuca - todos aqui ao lado, no menu do BUTECO, e é impressionante a quantidade de e-mails que recebo de gente que faz questão de contar sobre seus passeios guiados por mim! - volto hoje com outra sugestão que quero dividir com vocês, meus poucos mas fiéis leitores, depois de fazer o mesmo roteiro por muitos finais de semana seguidos. O passeio é imperdível e cheio de surpresas. É preciso, entretanto - digo logo - que haja disposição já que a coisa ocupa o sábado e o domingo. Vamos lá.

É preciso acordar cedo no sábado, não mais do que sete horas. Primeira parada: CADEG (dia desses esbarrei com o Daniel A., almoçando no pedaço). A CADEG é uma festa. Chegando lá às sete e meia você já vai encontrar o mercado cheio. É obrigatória uma passada no galpão de plantas e de flores, onde é possível comprar muita coisa bonita por um preço inacreditável. Eu que, seguindo à risca a dica de Vinicius de Moraes, mantenho conta no florista (mais precisamente na FLORA NOVA BRASIL, na Haddock Lobo), traio seguidamente o seu José e o Elídio (pai e filho, que tocam a floricultura) por conta das ofertas na CADEG. Depois, um passeio pela avenida central da CADEG. Frutas, legumes, verduras, mais flores, bebidas de todo o mundo, o troço é tentador. Começo, ali, a desenhar os almoços do final de semana. Não dispenso, nunca, os tremoços portugueses vendidos em vidros gigantescos por um preço mais que camarada. Uma cerveja gelada no POLEIRO DO GALETO é desejável. Fazer hora, andando sem pressa, entrando em cada galpão, em cada loja, e você consegue fazer compras economizando muito e comprando muita coisa de muita qualidade. Encontrar a comunidade portuguesa em festa mais pra perto da hora do almoço, comer sardinha na brasa, ouvir muito fado, muito vira, é tudo "giro", como diriam nossos irmãos portugueses.

Pausa: dia desses li, no FACEBOOK, um cidadão dizendo, durante uma discussão sobre telefonia fixa, celular, internet, TV, eletricidade, gás, saneamento básico, prestação de serviços etc no Brasil:

"Se nada mudar, vamos pagar mico na Copa e nas Olimpíadas! Tudo uma bosta! Rodando o mundo, cheguei à conclusão que nosso grande problema foi ter sido colonizado pelos portugueses. Se tivéssemos sido descobertos pelos ingleses, tudo seria certo. Aqui existe o que chamo de "cultura do remendo". Ninguém faz nada direito e para durar da primeira vez."

Eu, que não tenho tido muita paciência pra esse tipo de pensamento, digamos assim, fui curto e grosso sugerindo ao sujeito que rodasse o mundo de novo, ficando do lado de lá. Pigarreio e volto ao tema.

Hora de ir pra casa preparar o almoço. Antes, porém, uma passada no ALMARA, buteco que apresentei recentemente a Leo e Jean Boechat, apaixonados à primeira vista pelo lugar. No buteco - tomem nota! - é possível beber Brahma, trincada de tão gelada, a R$ 2,40. Eu disse - por extenso - dois reais e quarenta centavos!!!!! Fica na Barão de Iguatemi, logo depois da esquina com a rua do Matoso, à direita de quem entra pela Praça da Bandeira.

No dia seguinte, domingo, sugiro a feira da Vicente Licínio, na Tijuca, é evidente. Os peixes vendidos pelo Vicente e pelo Fábio, na PEIXARIA DO VICENTE, são frescos e o corte deles é mais-que-perfeito. É possível, vejam que luxo a Tijuca é, fazer encomendas pelo telefone, na véspera. A barraca do Fábio, de legumes e verduras, também é tentadora, e ele ainda vende mini-abóboras, aspargos frescos, shitake, tudo selecionadíssimo e por um preço que, ainda que mais caro que na CADEG, vale muito a pena.

Havendo necessidade de algum outro ingrediente, tem o MUNDIAL da Matoso, a menos de 5 minutos da feira. No trajeto, o ACONCHEGO CARIOCA, que estará ainda fechado mas com a Katia já pela área - e que nunca me negou uma gelada no fim da feira...

Depois é correr pro abraço.

Fazer outro grande almoço e brindar à vida, que nos reserva, constantemente, surpresas e delícias que só não vê quem não tem olhos de ver e ouvidos de ouvir.

Até.

6 comentários:

Diego Moreira disse...

Meu velho, não seria o Almara, e também o Aconchego, na Barão de Iguatemi?

Beijo.

Eduardo Goldenberg disse...

Como você pode ver, Diego, alteração feita! Obrigado pela correção do pequeno deslize. Beijo.

Daniel A. de Andrade disse...

É isso, Edu. A Cadeg é um pedaço e tanto; aliás, arrisco-me a dizer (ou perguntar): a Cadeg é um pouco da sua Tijuca, não?

E você foi preciso: não há que se ter pressa.

E o que é aquela festança dos portugueses?

Grande abraço,

Daniel A.

Eduardo Goldenberg disse...

Daniel: elementar, meu caro. É evidente que aquilo é a Tijuca em estado bruto. Experimente fazer uma pesquisa informal e você verá que a imensa maioria é da Tijuca. Quanto à festa dos portugueses... qual dos bairros da cidade, todos incluídos, tem a maior concentração de imigrantes portugueses? Qual tem a maior quantidade de clubes ligados à terrinha? Só na região onde moro, no entorno da Haddock Lobo, são mais de cinco. Um abraço do tamanho da Tijuca!

Blog do Pian disse...

Por isso que na Tijuca só dá Vascão!

Unknown disse...

Moro na Barao de Iguatemi e te digo uma coisa: Quero morrer naquela rua ! E tenho o dito !